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Estudos Bíblicos

Assemblá de Deus - Riachão, 25 de junho de 2010


A DESOBEDIÊNCIA
Capítulo 3
 
Este é considerado por muitos como o capítulo mais importante de toda a Bíblia: ele fala da serpente (o diabo - Apocalipse 12:9), da tentação, do pecado, da separação entre a humanidade e Deus, da falsa religião, da propiciação, do castigo, e do Salvador.
Sem ele não encontraríamos explicação para a enorme diferença entre o capítulo 2, onde vemos tudo perfeito, o homem e a mulher em inocência e em perfeita comunhão com Deus, e os capítulos 4 em diante, onde encontramos ciúmes, rancor, assassínio, mentiras, maldade, corrupção, rebelião, e castigo. O capítulo 3 nos mostra de onde veio esta transformação.
O homem foi criado como um ser responsável, devendo glorificar, obedecer, servir, e se sujeitar ao governo divino. A tentação em si não é um mal: é uma prova mediante a qual quem é provado demonstra sua integridade resistindo à tentação, ou revela sua fraqueza de caráter sucumbindo a ela. O justo é aquele que não peca quando tentado (como o Senhor Jesus).
A tentação foi trazida pela serpente (o diabo - Apocalipse 12:9) à mulher.
A serpente era um animal que podia ser usado por Satanás, e foi isso que ele fez. A origem de Satanás é descrita em Isaías 14 e Ezequiel 28; ele pode se transformar em anjo de luz (2 Coríntios 11:14), e é o sedutor de todo o mundo (Apocalipse 12:9).
A mulher, não o homem, foi escolhida para ser tentada. As condições para o uso do jardim foram impostas ao homem, antes dela ser criada, e provavelmente foram transmitidas à mulher por ele, pois ela as conhecia (vs.2 e 3). Decerto o diabo percebeu que ela poderia ser iludida mais facilmente (I Timóteo 2:14) .
Para tentá-la, ele usou a seguinte estratégia:
  • Pôs em dúvida a Palavra de Deus, seu amor, sua bondade, sua santidade.
  • Levantou sua curiosidade.
  • Ele sabia que, se lhe tirasse a confiança em Deus, a mulher seria induzida à desobediência.
A mulher, frente aos argumentos da serpente, foi levada à desobediência pelos seguintes fatores (I João 2:16):
  • a concupiscência da carne: a árvore era boa para se comer.
  • a concupiscência dos olhos: agradável aos olhos.
  • a soberba da vida: desejável para dar entendimento (ser como Deus, conhecendo o bem e o mal).
Tendo comido do fruto, ela o deu também ao seu marido. Ele não foi iludido, mas preferiu ser solidário com sua mulher, e tomou, deliberadamente, a decisão de desobedecer ao mandamento de Deus.
A conseqüência foi imediata: os seus olhos foram abertos - isto se refere à sua consciência, um senso agudo de culpa. Antes, em seu estado de inocência, eles praticamente não tinham consciência pois tudo o que faziam era permitido, salvo comer do fruto daquela árvore: logo não havia o mal para distinguir do bem, com essa importante ressalva.
A consciência é um mecanismo interno que nos acusa quando fazemos o mal. Imediatamente perceberam que estavam nus e procuraram se cobrir com folhas de figueira para não serem vistos. Era uma camuflagem débil e insuficiente: figura das religiões criadas pelos homens para esconderem seu pecado, que podem tampar um pouco, mas não cobrem completamente (em Marcos 11, logo depois de amaldiçoar a figueira, o Senhor Jesus foi purificar o templo).
A comunhão com Deus fora quebrada, e eles procuraram fugir dele por entre as árvores do jardim. Mas Deus, foi à sua procura, e os achou, estando também a serpente ali. O diálogo que se segue revela a consciência pesada de Adão e Eva, e como eles procuraram passar a culpa de um para o outro: o homem para a mulher, a mulher para a serpente; nenhum deles confessou sua culpa e pediu perdão.
O castigo de Deus veio na ordem inversa das acusações:
  • A serpente, que deu início à tentação, é amaldiçoada e condenada a se arrastar pelo chão e a ser humilhada (comer o pó da terra - Miquéias 7:17, Isaías 65:25); ela foi tornada inimiga da mulher, com sua descendência: trata-se de uma longa luta entre os filhos de Deus (mediante Cristo, a semente da mulher), e os filhos do diabo (João 8:44, I João 3:10). A última frase este te ferirá a cabeça e tu lhe ferirás o calcanhar é claramente uma profecia (a primeira) sobre o Senhor Jesus Cristo: note-se que a semente é da mulher e não do homem, indicando seu nascimento de uma virgem.
  • A mulher teve como castigo o sofrimento ao dar à luz filhos, e perda de sua liberdade ao casar, tendo que submeter-se ao seu marido.
  • O homem, por sua desobediência, trouxe a maldição de Deus sobre a terra, fazendo com que seu trabalho se tornasse árduo para obter seu sustento. Também seu corpo voltaria a ser pó, como era antes de ser formado (isto se aplica também à mulher, pois foi formada do homem). A morte física consiste na separação do espírito e alma do corpo (Eclesiastes 12:7). A morte espiritual é a separação, ou rompimento da comunhão, entre o homem e Deus, e aconteceu no momento da sua desobediência. Deus acrescentou o castigo da morte física. O homem e a mulher, e toda a sua descendência, foram condenados a ambos (I Coríntios 15:22, Efésios 2:1, Hebreus 9:27). Quem, porém, recebe a Jesus Cristo como seu Salvador, passa da morte espiritual para a vida eterna, ou seja, comunhão eterna com Deus (João 3:16). O nome Eva significa vida, ou geradora de vida.
O homem e a mulher se cobriram com folhas e se esconderam de Deus por causa da sua morte espiritual. Deus porém lhes deu capas de peles para se vestirem - para isso foi necessário o sacrifício de animais: figura da remissão do pecado mediante o sangue de Cristo.
Temos aqui quatro lições:
  1. é preciso ter cobertura apropriada para nos chegarmos a Deus. Boas obras não nos dão essa cobertura - continuamos a ser pecadores.
  2. religiosidade é como as folhas da figueira, e é também insuficiente.
  3. só Deus pode nos cobrir.
  4. a cobertura que ele nos dá é o sangue de Cristo. Pela sua morte ele nos substituiu diante da justiça de Deus.
Deus expulsou o homem e a mulher do jardim. Isto significou a separação deles da presença de Deus, representada pelas maravilhas daquele lugar.
Mas eles não foram para um lugar de tormento: apenas tiveram que voltar ao solo de onde o homem fora tirado, para trabalhar. Eles perderam os privilégios da inocência, mas não deviam desesperar. O caminho para a árvore da vida estava fechado, mas ficou a esperança da Semente prometida, através da qual um novo e vivo Caminho para a presença de Deus foi aberto para nós.

R David Jones

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